4 dias em Santiago, Chile

Esticando o feriado paulista de 09.07, fomos passar 4 dias na capital chilena.

Estadia: Testamos alugar um apartamento desta vez: ficamos no Ruma Departamentos Amoblados – Mario Kreutzberger. Na medida. Mobiliado como um apê, cozinha americana, utensílios domésticos (fogão, geladeira, micro-ondas, liquidificador, talheres, panelas, roupas de cama, toalhas etc.). A desvantagem é não ter limpeza, frigobar e serviços próprios de hotel. É como “morar” no lugar por uns dias. Aprovado!

Condução: Ao chegar a Santiago, tínhamos a dica de pegar os ônibus que fazem o transfer do aeroporto até o centro. Mas, como não queríamos perder tempo procurando, pegamos um taxi. Prefira o ônibus, que é bem mais barato.

Nosso roteiro foi feito basicamente a pé: andamos muito, muito mesmo. E não tem jeito melhor de conhecer uma cidade! Dispensamos o ônibus turístico e usamos o metrô só no último dia.

Moeda: Levamos dólares norte-americanos e pesos chilenos, além do cartão. Voltamos pra casa com dólares, porque, ao contrário do que havíamos lido, muitos lugares não aceitam a moeda, ou, quando aceitam, as notas devem estar per-fei-tas, sem rasguinho ou amassado...

A Cordilheira dos Andes, vista do avião
DIA 1

Já era por volta de 14h30 quando chegamos ao apartamento. Então aproveitamos pra fazer a pé o roteiro das atrações mais próximas.

Seguimos em direção à Av. Brasil. Passamos pela Plaza Brasil. O colorido a praça fica por conta dos brinquedos-escultura construídos ali em 1993, criados pela artista Fédérica Matta, que representam elementos da cultura chilena. Ao longo desses dias, percebemos que as pessoas utilizam bastante os espaços públicos de lazer em Santiago. As praças estão sempre cheias.

Plaza Brasil
Continuamos pela Av. Brasil, onde vimos vários restaurantes e bares. Entre eles, o The Clinic, onde voltamos à noite pra jantar. O The Clinic é uma rede de bares ligada ao jornal político satírico homônimo, que tem sua sede na Rua Monjitas.

Descemos pela Brasil até a Av. Libertador Bernardo O'Higgins, entre as estações de metrô República e Los Heróes, e chegamos ao pequeno bairro Concha y Toro. Monumento histórico nacional, o bairro começou com o palácio de Enrique Concha y Toro, irmão do fundador da famosa vinícola que leva o sobrenome da família. Com sua morte, em 1922, sua esposa resolveu lotear os jardins ao redor da casa para amigos e empresários, que ali construíram seus sobrados, formando o conjunto arquitetônico em estilo neoclássico e gótico, ao redor da Plaza Libertad de Prensa.

Plaza de la Libertad de Prensa, no bairro Concha Y Toro
Subimos novamente, até o Mercado Central, que já estava fechado quando chegamos... 

Pertinho dali, demos uma passadinha no La Piojera, pra conferir o clima do happy hour no famoso “sujinho” santiaguino.

Fachada do La Piojera
Um dos espaços internos do La Piojera
Atravessamos para a Estação Mapocho, estação desativada que hoje abriga um centro cultural.

À noite, voltamos à Brasil, pra "jantar" no The Clinic.

DIA 2

Café da manhã na pequena panaderia na esquina do apartamento. Fomos conhecer o Mercado Central, fechado no dia anterior. Chegamos num horário ótimo, quando o mercado ainda estava abrindo, e não “sofremos” as abordagens invasivas dos funcionários dos restaurantes do Mercado, comentadas em alguns dos blogs em que pesquisamos.

Mercado Central
Descemos em direção ao centro. No caminho, conhecemos a Igreja de Santo Domingo. Chegamos à Plaza de Armas, onde visitamos o Museo Historico Nacional e a Catedral de Santiago. É na mesma praça que fica o Correo Central. Nas imediações, estão também outros prédios históricos, como a Prefeitura de Santiago, a Casa Colorada, o Museu de Santiago, o Ex Congresso Nacional, a Real Casa de Aduanas, os Tribunais de Justiça e o Palácio da Real Audiência.

Catedral de Santiago
Caminhamos pelo Paseo Ahumada, calçadão com lojas, galerias (“passagens”) e restaurantes, além dos tradicionais cafés con piernas (saiba mais sobre eles aqui).

Continuamos até a Plaza de la Constitución, onde fica o Palacio de La Moneda, sede da Presidência da República. Li que embaixo da praça, onde hoje funciona um estacionamento, ficava um bunker onde o general Pinochet se refugiava em momentos tensos do governo. 

É possível assistir à mudança da guarda em frente ao Palacio e também fazer visitas guiadas. 

O Palacio também abriga um centro cultural.

Palacio de La Moneda
Seguimos pelo Paseo Bulnes até o “bairro” Paris-Londres, composto pelas ruas Paris e Londres. Muito charmoso, com ruas de ladrilho e construções em estilo europeu, uma delícia andar por ali! 

Descobrimos no bairro o memorial Londres 38. Momento de reflexão, num lugar onde se viveram os horrores da ditadura chilena.

Paseo Bulnes

Bairro Paris-Londres

Londres 38
No caminho para o Cerro Santa Lucia, paramos numa galeria e almoçamos lomo a lo pobre, prato típico chileno, que equivale ao nosso “bife à cavalo”.

Lomo a lo pobre
Chegamos ao Cerro Santa Lucia, onde visitamos o Centro de Exposição e Comercialização de Arte Indígena CENWE e subimos até o mirante 360 graus, uma espécie de “torre do castelo” a cerca de 630 metros de altitude. Santiago foi fundada ali, na primeira metade do século XVI.

Centro de Exposição e Comercialização de Arte Indígena CENWE

Cerro Santa Lucía

Mirante no Cerro Santa Lucía
Saindo de lá, fomos conhecer a ONA, loja de artesanato andino. Do outro lado da avenida, pela mesma saída do Cerro, tem um centro de artesanato maior e mais em conta.

Seguimos para o bairro Lastarria, reduto cultural e gastronômico da cidade. Paramos para café, petit macaron e bolo na cafeteria La Manzana Confitada.

Subimos pela rua Mosqueto (lá, confeitaria Melinka, o café Mosqueto foram boas dicas que acabamos não usando, além de um restaurante de comida basca, o El Txoko...), em direção à rua Monjitas, onde passamos em frente ao The Clinic (que comentei aí em cima).

Andamos pelo Parque Forestal, até chegar ao bairro Bella Vista, outro bairro gastronômico e boêmio da cidade. Caminhamos um pouco pelo bairro, muito gostoso! Conhecemos a Cian Art Store, um espaço bem bacana que vale a visita, mesmo que você não leve nada! “Jantamos” hambúrguer no Backstage Life, no Patio Bellavista, centro comercial e gastronômico. No bairro destaque também para as ruas Pio Nono e Constitución, com seus bares e restaurantes. Como já era noite, retornamos lá no último dia, para o Cerro San Cristóbal e o La Chascona, sobre os quais vou falar mais pra frente.

Parque Forestal

Patio Bellavista

Hamburger no Backstage Life, no Patio Bellavista
No caminho até o bairro, passando pelo Parque Forestal, fica o Museo Nacional de Bellas Artes.

Mais caminhada, retornamos à rua Monjitas, onde paramos no Inês Arte Café.

Inês Arte Café
DIA 3

O dia foi dedicado a “subir a Cordilheira dos Andes”. Fomos ao Valle Nevado, estação de esqui a 46 km da capital.

Contratamos o passeio pela Mitur Turismo, que fica dentro do Mercado Central e é bem mais em conta que o Turistik, maior empresa de ônibus turístico da cidade.

A estação de esqui ainda estava fechada, porque a neve ainda era pouca. Mesmo assim, pra mim valeu o passeio, porque o caminho é lindo (e as curvas beeeem sinuosas) e eu nunca tinha visto neve *-*

Valle Nevado

Valle Nevado

Valle Nevado

Voltando pra casa, depois de um dia no Valle Nevado
DIA 4

Retornamos a pé ao bairro Bellavista. Primeiro, fomos ao Parque Metropolitano (Cerro San Cristóbal), maior parque urbano do Chile, uma das áreas verdes mais visitadas da cidade. Além de trilhas, piscinas, e de abrigar o Zoológico Nacional, tem o funicular que nos leva ao ponto mais alto do morro (cerro) San Cristóbal, onde fica o Santuario de la Inmaculada Concepción, a 860 metros acima do nível do mar. Vista imperdível!

Vista da cidade, subindo pelo funicular

Vista da cidade, quase no ponto mais alto do Cerro San Cristóbal

Seguimos, ainda no bairro, para a La Chascona, casa-museu do Pablo Neruda.

Entrada da La Chascona, casa-museu de Pablo Neruda

De lá, fomos até o metrô, onde nos dirigimos para a estação Los Dominicos. O destino: Pueblito Los Dominicos, réplica de um típico povoado chileno, no bairro Las Condes. Ruelas com chão de terra batida, casas de estuque, córregos, muito verde e até um poço. Cada “casinha” é uma loja de artesanato chileno, restaurante ou café. É como um universo paralelo. Lindo!

Pueblito Los Dominicos

Pueblito Los Dominicos

Pueblito Los Dominicos
Viajando no tempo, pegamos o metrô novamente, para ir do Pueblito para o moderno bairro Providencia, área comercial e gastronômica da cidade (descemos na estação Pedro de Valdivia).

Almoçamos no Hard Rock Café, no Costanera Center, maior prédio da América Latina.

Hard Rock Café Santiago
No bairro tem muitas lojas interessantes. Entre elas, destaque para a NOSTALGIC Vintage. Tipo galerias da Rua Augusta, em SP. Além dela, a galeria Drugstore, cheia de lojinhas bacanas. Tem livrarias, cafés, lojas de roupas e design. E o Café Rende Bú, com um espaço muito bacana, onde comemos um mil hojas (mil folhas) indescritivelmente gostoso!

Mil hojas e café no Rende Bú

Me deliciando com a mil hojas, no Rende Bú
Hora de voltar pro apê a arrumar as malas pra voltar pra casa no dia seguinte bem cedinho... E fomos a pé, por mais 6 km, pra aproveitar até a última migalhinha que pudéssemos de Santiago.

Em resumo, encaramos a pé, nesses 4 dias, em torno de 30 km, entre idas e vindas, que faríamos de novo e de novo! Os mapinhas vou colocar aí embaixo.

Despedida de Santiago, caminhando pelo Parque Forestal

Pontos de interesse que não visitamos:

- A zona baixa do bairro El Golf, conhecida como Sanhattan (mistura de Santiago e Manhattan), área financeira e hoteleira da cidade, com construções mais modernas. Nas imediações, restaurantes e cafés, e a Praça Peru, onde uma há uma feira de antiguidades aos domingos.

- Calle Viña Del Mar (bairro Providencia), onde há sobrados com cercas de ferro de art nouveau.

- Campus de Arquitetura, Desenho e Estudos Urbanos da Universidade Católica do Chile, localizado no casarão histórico da fazenda Lo Contador. Perto dali, o Museu Parque de las Esculturas.

- Santiago Parque Arauco, maior centro comercial do Chile, com restaurantes, lojas, cinema, teatro, boliche e pista de gelo.

- Estádio Nacional Julio Martínez Prádanos (Estadio Nacional de Chile)


- Passeios para Isla Negra, Valparaiso e Viña del Mar, fora de Santiago

MAPAS DE CAMINHADA

Dia 1

Dia 2 - Parte 1

Dia 2 - Parte 2

Dia 4 - Parte 1 (daqui, pegamos metrô)

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